sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ESTREIA: A Justiça de uma Vingança - Cap.01


Capítulo I – O SustoCOVER
A cidade nunca adormecia. Nunca mergulhava na escuridão. Nunca. Quando o Sol se punha para trazer a noite, os candeeiros acendiam-se, nunca deixando a cidade dormir, em paz. A mulher estava sentada à porta da igreja. O povo saía uma por uma depois de terminada a missa.
- Uma esmolinha, por favor. – pedia a mulher.
As pessoas passavam e nem a viam, ou faziam por isso.
Ventoinha levantou-se, pegou nas suas tralhas e caminhou pela rua abaixo até à próxima igreja. Sentou-se junto à porta à espera que terminasse a missa para tentar receber uns trocos para poder jantar.

A partir das cinco horas da tarde, Ventoinha fazia um percurso por mais de cinco igrejas. Quando terminava as voltas, sempre que juntava um dinheiro dirigia-se à loja mais próxima e comprava um pacote de bolachas, uma sandes e bebia água no chafariz antes de se deitar no banco do jardim para dormir.
O Sol chegou pela manhã. Ventoinha ainda estava deitada no banco. Não dormia, mas ficava ali de olhos fechados à espera que chegasse a hora de ir até à porta das igrejas pedir uma esmola para comer. A sua única refeição diária. Esse era o dia-a-dia de Ventoinha, permanecia todo o dia deitada no banco do jardim, e ao fim do dia pedia esmolas para poder comer.
Quando chegava o Outono, com os ventos frios e as primeiras chuvas depois do verão, Ventoinha trocava o banco do jardim por uns abrigos que conseguia arranjar pela cidade, ora numa casa abandonada, ou em parques de estacionamento cobertos. Muitas vezes, dormia à chuva.
Depois do Outono, chegava o Inverno e com ele vinha o Natal. Ventoinha ficava a espreitar às janelas, via as famílias junto às lareiras e rir, conversar e a brincar. Ela não sabia o que era aquilo, não sabia o que era sorrir. Não conhecia a felicidade, nem a alegria da vida.
Numa das noites de Inverno em que Ventoinha estava a pedir junto à igreja, é abordada por três homens de cara tapada que lhe roubam as moedas que ela havia reunido ao longo do dia e obrigam-na a ir com eles. De boca tapada para não gritar, ela é levada ao ombro por um dos homens. Era noite, era Inverno, era Natal e por isso as ruas estavam desertas. Ao ser levada pelos homens ela olhava e pelas janelas das casas via famílias e famílias que gozavam do conforto das suas casas. Por momentos ela desejou estar também numa daquelas casas, com a sua família. Mas quem seria a família de Ventoinha? Nem ela sabia.
Os homens pararam junto a uma casa velha que estava abandonada e levaram-na lá para dentro. Retiraram as máscaras, atiraram-na para o chão e deixaram-na ali ficar durante uma hora. Quando passou esse tempo, um por um foram até ela e abusaram dela, violaram-na agrediram-na e deixaram-na ali, nua, cheia de ferimentos com o sangue a escorrer pelos cortes que tinha ao longo do corpo.
Ela estava imóvel ali deitada. Não conseguia se mexes, nem conseguia gritar. Estava quase a morrer, o frio congelava o seu corpo exposto às temperaturas abaixo de zero graus que se faziam sentir naquela noite.
continua…
na próxima semana capítulo 2 – “Ventoinha Desperta”
 
Tema dedicado ao capítulo 1 – Run (Corre) (ouça o tema original na barra lateral)
 
Eu vou cantar uma última vez pra você,
então nós teremos mesmo que ir.
Você foi a única coisa certa
em tudo que eu fiz.
E eu mal posso olhar pra você,
mas cada vez que eu olho
eu sei que nós chegaremos em qualquer lugar
longe daqui.
Anime-se, anime-se,
como se você tivesse escolha.
Mesmo se você não puder ouvir minha voz,
eu estarei bem ao seu lado, querida.
Mais alto, mais alto,
e nós correremos por nossas vidas.
Eu mal consigo falar, eu entendo
por que você não pode aumentar sua voz para dizer.
Pensar que eu posso não ver aqueles olhos,
torna tão difícil não chorar.
E enquanto dizemos nosso longo adeus,
Eu quase choro.
Anime-se, anime-se,
como se você tivesse escolha.
Mesmo se você não puder ouvir minha voz,
eu estarei bem ao seu lado, querida.
Mais alto, mais alto,
e nós correremos por nossas vidas.
Eu mal consigo falar, eu entendo
por que você não pode aumentar sua voz para dizer.
Mais devagar, mais devagar.
Nós não temos tempo para isso.
Tudo o que eu quero é achar um jeito mais fácil
de sair de nossas pequenas cabeças.
Tenha força, minha querida.
Nós estamos destinados a ter medo,
mesmo que seja só por alguns dias,
compensando toda essa confusão.
Anime-se, anime-se,
como se você tivesse escolha.
Mesmo se você não puder ouvir minha voz,
eu estarei bem ao seu lado, querida.
Corre (Run – Snow Patrol )


































































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