sábado, 7 de julho de 2012

4. “Uma nova oportunidade para amar” de Nunca Te Direi Adeus–Cap. IV



IV - “Uma nova oportunidade para amar”
Agora o que predominava em Leonor era o ambiente da sua terra natal. Já passara um mês desde as férias dela e estava agora Leonor em véspera de aniversário. Como o habitual, Leonor estava triste, o desastre das férias, o inicio do seu décimo primeiro ano de escolaridade (já reprovara varias vezes mas nunca desistiu), mas acima de tudo fazia neste dia nove anos da morte dos seus avós. Ela já não sentia aquele rancor de culpa, mas eram marcas que iriam ficar cicatrizadas em si. Ela iria fazer dezoito anos, iria agora ser uma pessoa adulta.
- Leonor estás pronta?
- Sim mãe já vou.
Eram quinze horas e a família deslocava-se para a capela onde iria haver uma missa em memória dos seus avós.
Durante toda a cerimónia religiosa Leonor fazia figas para que pode-se voltar para casa. Como para o seu agrado, estiveram ali apenas uma hora. Quando chegaram a casa Leonor foi para o seu computador atualizar o seu perfil online. À mais de três semanas que não apanhava Soraia online. O que terá acontecido? – questionava-se Leonor.
Passado uns minutos surge um convite na caixa de entrada de Leonor.
- Que estranho…é o primeiro que aparece sem foto, sem morada e tem um nome muito esquisito.
As dúvidas de Leonor em aceitar o convite estranho duraram um dia. Porém no dia seguinte ela aceitou logo pela manhã o convite e começou a trocar mensagens com esse tal sujeito.
- Leonor importas-te de me ajudar a preparar tudo para o jantar? Quem faz anos és tu, não sou eu!
Beatriz andava muito atarefada com os preparativos para a festa de anos, mas Leonor agora parecia ter ficado colada ao seu computador a falar com esse tal amigo.
Quando no relógio os ponteiros marcavam oito horas, toda a família de Leonor encontrava reunida numa mesa. De gritos de risadas às piadas de Afonso a sala transformou-se numa verdadeira festa. Enquanto todos esperavam por Leonor para o corte do bolo, ela estava no seu quarto a falar com esse seu novo amigo.
- Leonor está-mos à tua espera.
- Já vou pai. Estou na casa de banho.
De facto Leonor aproveitava todos os segundos deste dia para falar com esse seu amigo. Era estranho como depois de um dia de se conhecerem já se davam tão bem. Leonor não ficou a saber mais nada sobre ele mas já falavam como se ele fosse o seu melhor amigo.
O resto do dia passou como um relâmpago. Apesar de ser sexta-feira já todos se tinham ido embora mesmo antes da meia-noite.
Os dias foram passando e Leonor começou a conhecer melhor o seu amigo. No dia um de Novembro Leonor foi com os seus pais á missa de todos os santos prestar uma homenagem a todos os seus familiares já falecidos. Neste dia Leonor estava muito contente, pois o seu amigo apesar de ter já dito antes que morava em Aveiro, disse-lhe agora que se chamava Pedro. Do lado contrário das paredes da capela a chuva era intensa e os relâmpagos faziam as crianças que estavam na capela estremecer de medo.
A partir deste dia enquanto Leonor falava com Pedro aparecia uma foto de um rapaz no seu monitor, e Leonor estava capaz de dizer que o vira em algum lado, apesar de ter ido a Aveiro poucas vezes.
Ao aproximar-se o Natal, Leonor sentia-se cada vez mais atraída por Pedro. Os poemas que ele lhe enviava encantavam-na e faziam a sonhar com um grande amor. Nem mesmo o que se passara com Filipe era tão intenso e tão forte. Leonor estava agora capaz de cometer loucuras por amor. Mas sentia um arrependimento quando se lembrava de Filipe.
O dia de consoada de Natal chegou num abrir e fechar de olhos.
- Mãe vou sair e já venho.
- Onde vais?
- A casa da Carolina. Já é altura de fazer as pazes com ela.
- Então vai…e boa sorte.
Leonor saiu de casa e dirigiu-se a casa da sua ex-amiga. Já estava farta de chatices e sentia que precisava de desabafar com alguém, uma vez que Soraia andava tão oculta.
De repente uma porta abre-se e aparece Carolina.
- Posso entrar?
- Que fazes aqui? – perguntava Carolina admirada com o facto de Leonor estar ali.
- Acho que é altura de renovarmos a nossa amizade. Sei que cometi um erro ao deixar-te de lado, mas tenta compreender.
- Claro que compreendo, mas também não fui suficientemente compreensiva contigo. – enquanto Carolina dizia estas palavras pensava como se tinha arrependido do que acabara de dizer.
- Ando à muito tempo a precisar de desabafar com alguém, e agora a Soraia anda tão desaparecida da internet, já não a apanho online à muito tempo.
- Não estás a querer dizer que eu sou o teu ponto de socorro quando a tua outra amiga não está disponível para ti?
- Não, não penses assim…conhecemos à tanto tempo, acho que tu és aquela que me compreenderá melhor com este assunto que tenho para te dizer.
- Então vamos dar um passeio e conversámos pelo caminho.
Enquanto caminhavam pela estrada Leonor contou toda a história de Filipe e Pedro a Carolina.
- Estava capaz de fugir para ser feliz com ele, as palavras que ele me envia, os poemas é tudo tão romântico e tal como eu sempre sonhei.
- Tens uma vida pela frente Leonor, não cometas nenhuma loucura.
- Isto era só uma maneira de falar…é claro que não fugia para ir ter com ele sem ter um emprego, carro próprio e pelo menos dezoito anos.
A conversa prolongou-se até ao fim da tarde, e quando repararam nas horas, ambas desataram a correr para casa, uma vez que tinham a família à espera para a consoada.

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