sexta-feira, 20 de julho de 2012

A Borboleta Amarela – Parte 1

 

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Os dias ainda eram brilhantes, as noites calmas e reluzentes. Na pequena aldeia de Galatril a beleza reinava nas ruas, nos rostos das pessoas, nos pássaros, até no próprio vento que por ali passavam. Ao anoitecer, os candeeiros ganhavam vida e clareavam as ruas das cidades. No centro da aldeia, situava-se um belo jardim com grandes chafarizes a projetarem água em todos os sentidos. Ao fundo do jardim erguia-se uma grande casa, nobre e respeitada onde vivia a família do chefe da aldeia.

 

Tarsa, a criada acabara de arrumar as últimas brasas da lareira da sala para em seguida retirar-se para os seus aposentos. Num dos quartos repousava Madalena Sobral e o seu marido Henrique Sobral, o chefe da aldeia. Num outro quarto repousava Tomás, o filho mais velho do casal e num outro Ana, a filha mais nova. A manhã era esperada ansiosamente por todos, e enfim chegara. Quando a luz do sol entre pelas janelas no quarto de Ana o enorme vestido branco que estava pendurado numa cruzeta de madeira começa a brilhar como se fosse o próprio sol. Ao acordar, Ana levanta-se veste um robe de seda branca e abre a porta do seu quarto. A agitação da casa fazia as paredes vibrarem já não era só Tarsa que cuidava da casa, ela agora é que comandava os inúmeros criados que circulavam por toda a casa. As salas estavam cobertas de grandes vasos e arranjes florais de flores brancas na sua maioria rosas. Grandes mesas estavam cobertas das mais variadas especiarias.

- É hoje! – disse Ana em grande euforia.

- Então como está a noiva? – disse Madalena. – Preparada?

- Sim mãe! Hoje é o dia mais feliz da minha vida. – respondeu-lhe ao abraçar a mãe.

- Vai então preparar-te. Irei mandar a Tarsa ajudar-te. O teu pai já está pronto, está a receber os convidados.

Ana entrou de novo no seu quarto. Começou por pentear os seus lisos e pretos cabelos, e entretanto chegou a criada.

- Bom dia menina. Como se sente? – perguntou Tarsa.

- Radiante! – respondeu ela.

- Vou levar o vestido para a sala do piano, são ordens da senhora sua mãe. Quando estiver pronta mando subir as damas de honor para a ajudarem. – disse a criada.

Ana não respondeu e continuou a pentear os seus cabelos. Por momentos olhou-se no espelho e caiu uma lágrima do seu olho. Não lhe deu importância, poderia ser uma gota de alegria ou tristeza mas nem ela própria sabia de onde aparecera aquela lágrima. Levantou-se da cadeira e dirigiu-se para a sala do piano. Era uma sala enorme, do tecto caiam grandes candeeiros que iluminavam a sala juntamente com a luz do Sol vinda das janelas, as paredes eram brancas e nelas estavam presos grandes espelhos que brilhavam de tanta luz. No centro da sala encontrava-se um grande piano, onde tinha um enorme ramo de rosas brancas esperando alguém, era o ramo da noiva. Num dos cantos da sala estavam as damas de honor, com o vestido pendurado numa cruzeta, os sapatos, tudo o que a noiva precisava estava ali. Ana dirigiu-se a elas, e começou a preparar-se ao som do piano, onde a sua melhor amiga tocava belas melodias.

Os convidados começavam a chegar. Junto à porta estava Tomás a receber os convidados. Os pais da noiva acolhiam os amigos no salão principal. Todos esperavam ansiosamente que a noiva descesse.

- A noiva vai descer! – gritou alguém.

- Uma nova música começou a tocar na sala. Todos pararam e juntaram-se ao fundo da escadaria. As damas de honor desciam uma a uma. O sol brilhara de novo, ou pelo menos assim parecia. A beleza de Ana era incomparável, o vestido brilhava como nunca, tal como o seu sorriso. Aquela imagem de Ana fora comentada durante meses em toda a aldeia, mas naquele momento nem as joias que ela possuía eram tão intensas e valiosas.

A noiva desceu, pediu a bênção ao pai e ao avô, e depois de cumprimentar os convidados saíram todos para a igreja. Os coches que esperavam os convidados começaram a dirigir-se para a igreja. Tal como a casa da noiva, toda a igreja pendia de grandes florais nos altares e paredes. Depois de todos os convidados se sentarem, o Sol ganhou mais brilho, ou pelo menos era o que parecia. Mas na realidade era Ana que acabara de entrar pela igreja. Pedro esperava Ana quase no fim do corredor, vestido de branco pérola com um sorriso na mão recebeu Ana das mãos de Henrique e subiu ao altar até junto do padre Jorge. A cerimónia era dita por muitas pessoas ali da aldeia como sendo a mais bela que ali houvera, nunca antes a aldeia brilhara tanto por um casamento. Toda a tarde foi maravilhosa, a noite iluminada pela luz da Lua acompanhou os noivos e alguns convidados nas últimas valsas que fora dançadas. Tudo tem um fim e a manhã do dia seguinte não tardou a chegar. Dias depois do casamento Ana e Pedro partiram de lua-de-mel para as belas praias da costa de Luzim.

 

contínua…

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